Tradução: Para lá nós vamos!

O ano de 2012 vai chegando ao fim festas, comemorações e alegria. Não para a educação, que durante todo o ano sofreu com o descaso do governo. 

O Sindicato dos trabalhadores da educação (Sinte) organizou no começo do ano a luta dos professores pelo piso salarial que o governo Colombo se nega a pagar com a desculpa de não ter dinheiro. A Ujes esteve mobilizando os estudantes em apoio aos professores, pois acreditamos que profissionais melhor remunerados irão trazer mais qualidade para o ensino.

Conselheiro Mafra interditado Imagem: A Notícia 

Há atualmente 18 escolas na lista da Vigilância Sanitária de Joinville, dentre elas, a centenária Escola Estadual Conselheiro Mafra, que passará pela sua sexta interdição. Segundo a fiscal Lia de Abreu, caso não houver reforma da parte do Governo, a escola não abrirá as portas em 2013. 

Veja o gráfico do aumento da tarifa do transporte coletivo 

O pedido de 12% de aumento na tarifa do transporte coletivo feito pelas empresas Gidion e Transtusa à prefeitura de Joinville é absurdo. Como noticiou o Jornal A Notícia, os empresários querem o dobro da inflação. O jornal também cogita a possibilidade que o reajuste seja a inflação. Isso deixaria o preço da passagem de R$ 2,75 para R$ 2,90, antecipada e embarcada pode subir de R$ 3,10 para algo em torno de R$ 3,25. 

Outro absurdo, pois ao compararmos a inflação de 1996 até 2012 à tarifa está cerca de 200% acima do seu preço real. Ou seja, mesmo que o prefeito Carlito Merss conceda somente a inflação, o preço da passagem estará muito longe da realidade. 

Além disso, a cidade passou esse ano por três Audiências do Transporte Coletivo, estamos discutindo a mudança nesse serviço. Não seria mais prudente deixarmos qualquer discussão, sobre aumento ou não aumento, para quando esse período encerrasse? Afinal, temos outros elementos importantes nesse debate que nos levam a não aceitar nenhum reajuste. 

Em entrevista concedida ao jornal dos estudantes de Jornalismo do Bom Jesus Ielusc, Primeira Pauta, o chefe de gabinete Eduardo Dalbosco e Vladimir Tavares Constante, presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Joinville (IPPUJ), dão declarações sobre controle precário do poder público sobre valor da tarifa. Segundo Dalbosco, há uma zona cinzenta de informações que onera o sistema como um todo. Já Constante diz que a prefeitura fica refém das informações das empresas que prestam serviço. 

Podemos acrescentar ainda o fato de que as empresas tem concessão para o transporte regular, mas atuam no transporte diferenciado. Levam os trabalhadores para as empresas e os estudantes para as escolas. Outro grande problema, pois o dinheiro ganho com esse serviço não entra no cálculo da tarifa. Isso colabora para que as empresas solicitem valores altos nas passagens. 

Afinal, os empresários se utilizam da mesma estrutura do transporte regular: a garagem, os motoristas, mecânicos e às vezes até os ônibus são os mesmos. Podendo até estar custeando a manutenção e o pessoal também pela tarifa do sistema público. 


Um novo modelo de transporte


A união Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (Ujes) acredita que esses argumentos são suficientes para que o prefeito atual não conceda um novo aumento. Acreditamos que o grande problema do transporte em Joinville é o fato de ele ser um serviço privado, pois além de pagarmos o serviço estamos pagando pelo lucro dos empresários. Nossa defesa é que haja uma única empresa na cidade pública administrada pela prefeitura de Joinville. 

Convocamos todos os estudantes, pais, professores para a manifestação para dia 20 de dezembro, às 17h30, em frente à Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR). Vamos protestar contra a destruição dos serviços públicos e contra qualquer reajuste da tarifa do transporte coletivo.

Reunião com secretário da Educação em Florianópolis 

Na tarde de ontem (12/12), em Florianópolis, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (SINTE), da União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (UJES) e parlamentares de Joinville se reuniram com o secretário estadual da educação, Eduardo Deschamps para discutir a situação das escolas estaduais da região norte.



Em reunião na noite de ontem (12/12) o Comitê Popular de luta (CPL) convocou manifestação para dia 20 de dezembro, às 17h30, em frente à Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR). O objetivo do ato é protestar contra a destruição dos serviços públicos e contra qualquer reajuste da tarifa do transporte coletivo. 




O anúncio de interdição de 18 escolas em Joinville pela Vigilância Sanitária, nas próximas sexta-feira (14) e segunda-feira (17) demonstra o descaso do governo estadual e municipal com a educação. A interdição pela sexta vez do Conselheiro Mafra só prova o descaso do governo estadual, que além de não construir novas escolas, não garante a manutenção das atuais.

Por esse motivo, a União Joinvilense dos Estudantes Secundarista (Ujes) denuncia à destruição da escola pública feita pelos governos quando não fazem a manutenção das escolas e nem constrói novas. Estamos convocando todos os estudantes para junto conosco e o Comitê Popular de Luta (CPL) organizar uma manifestação em defesa dos serviços públicos de qualidade para todos. 

Direção da Ujes 


A Ujes esteve presente no último dia 21/11, na Câmara de Vereadores, participando de uma audiência pública proposta pelo vereador Adilson Mariano em conjunto ao Sinte (Sindicato de Trabalhadores na Educação) e a Ujes, para debater a educação pública em Joinville, em especial as extensões. Os grêmios das escolas Celso Ramos, João Rocha, Cedup e Conselheiro Mafra completaram a lista de entidades presentes.



A coordenadora da regional de Joinville do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública de Santa Catarina (Sinte), Clarice Erhardt, acredita que o governo estadual está interessado em precarizar a educação para entregá-la à iniciativa privada. Para ela, a diminuição de vagas de Ensino Fundamental nas escolas estaduais, a negativa do governo em reabrir matrículas para extensões de Ensino Médio¹, a falta de investimentos na construção de escolas, a desvalorização dos trabalhadores do magistério e a ameaça de reformulação da grade curricular fazem parte deste processo.




Desde 28 de agosto, o grupo RBS desenvolve uma campanha com relação à educação. Segundo os organizadores, o objetivo é promover o debate sobre o tema, em especial, no Rio Grande do Sul e em Santa Catariana. Uma campanha milionária, organizada e financiada pelo maior canal de comunicação privado do país, a Rede Globo.

 Desde o início da campanha, foi realizado um bombardeio de "denúncias", as quais, em grande parte, recaem sobre a responsabilidade dos professores. A campanha tem o apoio governamental e já encontrou o responsável por todos os problemas: o professor.

 Lamentável, mas compreensível, que na campanha não existam denúncias diárias sobre os descasos dos governos estaduais dos dois Estados (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), tendo em vista quem são os organizadores. O Grupo RBS não denuncia o descumprimento de leis elementares: Piso Nacional do Magistério, fechamento de turmas, precarização total dos prédios públicos, abandono do investimento na construção de novas escolas, transferência de recursos e prédios públicos para iniciativa privada, além de desvios absurdos de recursos destinados à educação pública.

 Estamos diante de uma investida dos meios de comunicação contra a Educação Pública, numa tentativa de privatizá-la de formas diversas, de modo que a opinião pública se sensibilize e apóie essa empreitada. Não é à toa que já foi lançado o edital de captação de recursos da campanha "A educação precisa de respostas", cujo objetivo é que a população apresente projetos de arrecadação financeira para manter as escolas públicas. Ou seja, "encontrar" outras formas de sustentar a educação, desresponsabilizando os governos e permitindo que todos os nossos impostos sejam destinados a outros fins, que não a educação de nossas crianças e jovens.

 A Educação Pública é direito de todos e dever do Estado, logo é patrimônio de todos. Não a entregaremos a iniciativa privada, não sem luta e mobilização. Investimento público para a Educação Pública.

 Clarice Erhardt
 Professora da Rede Estadual de Educação de SC
 Professora da Rede Municipal de Educação de Joinville
 Coordenadora Regional – Sinte Joinville