As entidades e movimentos sociais abaixo assinados informam à população de Joinville que o COMITÊ DE LUTA DO TRANSPORTE COLETIVO está articulado contra o aumento da tarifa da passagem de ônibus em Joinville.
Novamente as empresas concessionárias, GIDION e TRANSTUSA, estão pressionando a Prefeitura para que a passagem do coletivo urbano seja reajustada. As empresas querem reajustar a tarifa antecipada de R$ 2,30 para R$ 2,60. É claro que os trabalhadores e estudantes não concordam com um aumento desse porte, pois seus salários não suportarão essa despesa.
Isso significa que quem ganha um salário mínimo e utiliza dois passes por dia arcará com uma despesa de R$ 104,00, se utilizar quatro passes a despesa é de R$ 208,00, com base em 20 dias de uso. O comprometimento do orçamento, nesse exemplo, será de quase 20% ou mais de 40% do salário mínimo, no segundo caso.
Entendemos que isso é inaceitável pois, além de se tratar de uma concessão pública de transporte de mais de quarenta anos e inúmeras prorrogações ilegais que estão sendo contestadas na Justiça, traz um ônus insuportável para os trabalhadores e estudantes, usuários do transporte coletivo.
É preciso respeitar os interesses de milhares de pessoas dessa cidade. Por isso temos o dever de chamar a responsabilidade do Poder Público para que atenda as reivindicações da população usuária de um serviço público essencial como é o caso do transporte coletivo.
O COMITÊ DE LUTA vai combater qualquer aumento na tarifa e queremos obter o compromisso do Prefeito de Joinville para não conceder nenhum aumento de tarifa nesse momento, possibilitar o debate com a população sobre o modelo de gestão mais apropriado para a cidade e com a abertura de licitação para a concessão do serviço de transporte coletivo, medida que é aguardada há muitos anos por todos nós como um passo intermediário para que o Município de Joinville passe a explorar diretamente este serviço público.
As empresas de ônibus dizem que precisam de reajuste porque as despesas aumentam, mas esquecem que reduzem linhas, cortaram o pega-fácil e o passe livre para idosos de 60 a 64 anos, negam o passe livre para estudantes, os ônibus transitam superlotados, não investiram em melhorias ou aumento da frota no último período, não oferecem condições adequadas para os portadores de deficiência e priorizam apenas o lucro. É preciso lembrar que o transporte público e de qualidade é um direito constitucional e não pode servir para exploração, mas para oferecer segurança e qualidade de vida às pessoas que o utilizam.
O COMITÊ DE LUTA está enviando um pedido formal ao Prefeito Carlito Merss para que não conceda nenhum reajuste e inicie o processo de licitação imediatamente. As mesmas empresas exploram o transporte urbano há mais de quarenta anos e não se vê melhorias, pelo contrário, apenas dificuldades e o desrespeito ao direito da coletividade. A legislação diz que é ilegal e ilegítima a exploração de operação do serviço público de transporte coletivo de passageiros, por empresas particulares, sem a realização de prévia licitação.
Está na hora da população de Joinville ser atendida e o transporte coletivo deixar de ser um problema. Participe do COMITÊ DE LUTA.
Maiores informações: 47-3025-3447 – Centro dos Direitos Humanos de Joinville
Entidades que assinam o Manifesto:
APRASC
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES CHICO MENDES
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO ADHEMAR GARCIA
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO JARDIM FRANCINE
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO PANAGUAMIRIM
ASSOCIAÇÃO DE MORADORES DO SANTA BÁRBARA
CENTRO ACADEMICO DE DIREITO DA UNIVILLE
CDH - CENTRO DOS DIREITOS HUMANOS DE JOINVILLE
CONDESAG - CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL DO ADHEMAR GARCIA
ESQUERDA MARXISTA DO PT
FETRAESC FEDERAÇAO TRABALHADORES DO ENSINO PRIVADO
GRÊMIO DO JURACY
GRÊMIO DO PRESIDENTE MÉDICI
GRÊMIO ESTUDANTIL TUFI DIPPE
GRÊMIO JOÃO ROCHA
GRÊMIO PAULO MEDEIROS
JUVENTUDE MARXISTA
MANDATO VEREADOR ADILSON MARIANO
PASTORAL DA JUVENTUDE
SINDICATO DA SAÚDE
SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE JOINVILLE
SINDICATO DOS PLÁSTICOS DE JOINVILLE
SINDICATO DOS DE JOINVILLE E REGIÃO
SINDICATO DOS REPRESENTANTES COMERCIAIS/ NORTE E NORDESTE SC
SINDICATO DA SAÚDE EM ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS DE JOINVILLE
SINDICATO DO VESTUÁRIO DE JOINVILLE
SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DE JOINVILLE
SINDITEX - SINDICATO FIAÇÃO ETECELAGEM DE JOINVILLE
SINPRONORTE
SINSEJ
SINTE
SINTRAFAJO/SC - SINDICATO DOS TRABALHADORES DA ALIMENTAÇÃO DE JOINVILLE
SITICOM - SINDICATO DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO DE JOINVILLE
UNIÃO JOINVILENSE DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS (UJES)
Na quarta-feira, 10 de novembro, Londres testemunhou uma resposta esmagadora dos alunos, uma manifestação de mais de 50 mil marchou em protesto contra os ataques que ocorrem no Ensino Superior.
A manifestação, uma demonstração conjunta da União Nacional dos Estudantes (National Union of Students -NUS) e da União dos Docentes dos Colégios e das Universidades(University and College Lecturers Union - UCU), marcou um ponto de inflexão para a luta de classes na Grã-Bretanha, que será vista pelos trabalhadores em toda parte como a primeira expressão da raiva e frustração, em desenvolvimento dentro da sociedade como um todo. Não se vê esses números na Grã-Bretanha desde os protestos contra a guerra do Iraque. Mesmo os protestos estudantis contra a Guerra do Vietnã, em Grosvenor Square em 1968, foram apenas um pouco maior.
As taxas e os cortes
Em 1998 o novo governo trabalhista sucateou a educação gratuita através de subvenções públicas às privadas. Apesar de uma promessa eleitoral de não aumentar as mensalidades, o novo governo aprovou em 2004 uma lei para aumentar o custo das mensalidades no Ensino Superior (HE - university level education) de £ 1.250 para £ 3.290 por ano. A lei só foi aprovada na Câmara dos Deputados porque Tony Blair articulou minuciosamente o apoio dos conservadores para vencer a rebelião de trabalhadores nos bastidores.
À luz da crise capitalista a “Browne Review” recomendou, em 12 de outubro deste ano, que as universidades sejam autorizadas a cobrar taxas ilimitadas de ensino, indo muito mais longe do que era esperado, o que revela a profundidade da crise. Apesar do novo governo de coalizão conservadores-liberais prometer levar em conta as recomendações da “Browne Review”, o governo recuou da beira do abismo por medo das consequências sociais e políticas. No final, eles anunciaram planos para permitir taxas de até £ 9.000 por ano. Muito embora os alunos não sejam obrigados a pagar qualquer valor adiantado, a dívida que se acumula será emprestada a juros - os juros que vão direto para os bancos!
Além das taxas crescentes, o governo de coalizão anunciou na “Comprehensive Spending Review” (CSR) em 20 de outubro, que o orçamento de ensino para as universidades seriam cortados em 40%. Isso levanta a possibilidade de fechar universidades inteiras, juntamente com fechamento de cursos na maioria das universidades. Os alunos, portanto, não serão os únicos afetados pelos cortes, o UCU estima que mais de 22.000 postos de trabalho em universidades estão em risco, incluindo os professores e pessoal de apoio.
A imagem é extremamente desoladora nos FE (Further Education - educação para 16 a 18 anos), com cortes previstos em 25%. As instituições FE educam e treinam mais alunos, maiores de 16 anos, do que as “sixth forms”e as universidades juntas. As FE são claramente necessárias: cerca de um milhão de alunos entre 16 e 24 anos são classificados como "NEETS" (Sem emprego, sem educação, sem treinamento). O subsídio de manutenção da educação (Education Maintenance Allowance - EMA) de até £ 30 por semana para as famílias pobres, corre o risco de ser desmantelado. Nacionalmente 46% dos estudantes FE são atendidos pela EMA, em áreas mais pobres figura próximo dos 80%.
Estes cortes, que formam parte de um ataque generalizado aos serviços públicos, estão rasgando a política de consenso das últimas duas décadas. A ilusão de que na Grã-Bretanha existia um tipo de "meritocracia", onde não importava o quão imperfeito, onde seus filhos tivessem a oportunidade de chegar ao topo com um pouco de trabalho duro, foi destruída. Não é de estranhar, portanto, que as bolhas de raiva estão começando a emergir.
Demonstração Nacional
Até recentemente o movimento contra os cortes nas universidade havia sido conduzido principalmente pelos trabalhadores da universidade, que estavam enfrentando as consequências mais imediatas da crise, sob a forma de perda dos postos de trabalho, congelamento de salários, e os ataques à previdência e às condições de trabalho. Como resultado, a UCU esteve em greve por diversas vezes ao longo do ano passado, tanto em instituições de HE como FE.
A direção da NUS, no entanto, não tem acompanhado a militância no período recente, e até mesmo chegou a abandonar a sua posição oficial sobre a campanha de educação gratuita da Conferência Nacional de 2008.
Como os detalhes da “Browne Review” e da RSE emergiram no último mês, as atividades nas universidades começaram a acelerar. As entidades estudantis de todo o país deram grande apoio a protestos e encontros sobre como combater as taxas e cortes que cresceram. Protestos em universidades , como a conscistente marcha dos 1000 da Universidade de Oxford, deram uma indicação do estado de espírito que estava se desenvolvendo.
No dia da marcha, ficou claro desde o início que havia uma mudança no ar. Do ponto de partida se ouvia o barulho dos estudantes marchando que estavam distantes. Uma atmosfera de carnaval parecia ter dominado a marcha. Ficou claro, como os estudantes chegaram mais e mais, o tamanho da aglomeração se tornou evidente. A manifestação intoxicou-se com o reconhecimento de sua própria força.
Desde a crise financeira em 2008, muitos viram o que está sendo preparado na sociedade com uma espécie de silêncio. As pessoas têm dito que não há nenhuma voz ou movimento para aqueles que desejam combater os cortes. No entanto, o clima entre os estudantes foi eletrizante. Era como se, após um período de impotência e isolamento, os estudantes descobrissem que não estavam sozinhos, que eram parte de um movimento maior, com um propósito definido.
Houve um surto de última hora de participantes de universidades, juntamente com muitos estudantes secundaristas de Londres, que haviam boicotado as aulas no dia, empurrando assim os números para mais de 50.000, segundo estimativas fornecidas pelo NUS. Tais números foram verdadeiramente espantosos, era uma imagem surpreendente, com o protesto estudantil vibrante enchendo as ruas de Londres durante mais de cinco horas. O número de 50.000 foi o mais impressionante, considerando que o protesto era quase inteiramente composto por alunos, com alguns funcionários da universidade, que estava no meio da semana, exigindo, portanto, dos alunos a falta às aulas e não permitindo que outros trabalhadores mostrassem solidariedade. Assim foi o clima alegre dos alunos que, ao contrário do estereótipo típico de estudante letárgico, a marcha transbordou a posição inicial e saiu antes do horário agendado.
Onde será a próxima?
Para a maioria dos 50.000 estudantes na manifestação nacional, a questão na mente agora será "E agora?" É claro que as manifestações por si só não vão derrotar os cortes. As grandes manifestações de mais de um milhão de pessoas em Londres em 2003 contra a guerra no Iraque não conseguiram impedir o governo de Blair. A classe dominante pode tolerar manifestações, por mais fortes que sejam, enquanto estas não põem em cheque o seu direito de governar sobre a sociedade. O que é necessário é um movimento que possa derrubar esse governo.
A tarefa imediata para os estudantes, agora, é criar uma campanha de luta contra as taxas e cortes em todas as universidades, em colaboração com os trabalhadores das universidade. A pressão deve ser colocada sobre os líderes da união dos estudantes em cada campus para pedir reuniões em massa de estudantes, juntamente com os vários sindicatos que representam os trabalhadores - a UCU, Unite, e da Unison. Estas campanhas devem estar ligados com o movimento sindical local, a fim de construir um movimento de massa dos trabalhadores e da juventude contra os cortes. Os grandes acontecimentos de maio de 1968 na França, têm mostrado que é possível quando estudantes e trabalhadores se unem e lutam.
Em última análise, temos que dizer a verdade aos estudantes e trabalhadores: as reformas do passado - a educação gratuita, assistência médica universal, aposentadoria decente aos 65 anos - não são mais possíveis sob o capitalismo. A transformação radical da sociedade é necessária.
A manifestação nacional de estudantes foi importante porque foi o primeiro passo na ligação entre o movimento estudantil com a classe mais ampla de trabalhadores. O que ficou claro foi que o novo estado de espírito não caiu do céu. É a primeira válvula de escape para um descontentamento fervente que eclodiu como resultado dos cortes. Esse humor, os “Tories” não pode cortar, e se enfurece logo abaixo da superfície.
Milhares de estudantes foram para casa de suas respectivas universidades, com uma história para contar e uma educação política cem vezes mais valiosa do que a que se pode adquirir a partir de um livro ou de um seminário. Centenas de milhares de pessoas olhavam, e estão começando a tirar suas próprias conclusões.
Lembre-se do 10 de novembro. Ele marca um importante começo na Grã-Bretanha. O movimento dos estudantes marca a primeira etapa na luta de classes, um prelúdio para o despertar da classe trabalhadora britânica.
No dia 9 do mês de Outubro, ocorreu o ato pela revitalização do antigo pavilhão do colégio EEB Germano Timm, organizado pelo gremio estudantil da entidade.
Os alunos deram um abraço a estrutura do antigo pavilhão em protesto ao descaso do governo para com a educação publica, como pode ser visto em relação ao espaço em questão, um prédio tombado desde 2006 que esta abandonado.
Os aluno reivindicam a revitalização deste espaço, para a criação de laboratórios, como de química, física, biologia e artes, ampliando assim o potencial educacional já oferecido pelo colégio.
"Nós não achamos que esta será uma luta fácil, porem estamos mobilizados por está bandeira e não iremos desistir." afirma Luana Hellmann vice-presidente do gremio estudantil Germano Timm.
Legião Urbana é o primeiro álbum da banda brasileira de rock homônima, lançado em janeiro de 1985. "Será", "Geração Coca-Cola" e "Ainda É Cedo" puxaram a boa vendagem do disco e se tornaram alguns dos grandes sucessos da rádio brasileira
No dia 14 de setembro de 2010, aconteceu uma manifestação na Escola Juracy Maria Brosing. no bairro Paranaguamirim. O motivo foi por falta de salas de aula. "A turma do segundo ano esta com cerca de 47 alunos em sala", afirma Maico Paixão. Os pais alegam por falta de estrutura , e ventilação em sala de aula , como falta de professores em sala de aula. Alunos dizem "Estudantes não são prisioneiros para ficar trancado e calado", Eles precisão de solução e não problemas. Tem estudantes que não estão estudando por falta de salas de aula , ou estão sendo transferidos para escolas mais perto.
Inês , mãe de ex aluna da escola alega que abrem mais salas , pois os jovem tem que trabalhar durante o dia e estudar durante a noite, Os pais reclamam porque eles pagam imposto para acontecer isso que esta acontecendo,
O grito de Guerra foi " Estudantes na rua , governo a culpa é sua!"
Sabe-se que em Joinville chove muito, mas sabe-se também que o inverno é frio e o verão quente. O que só os estudantes e os professores sabem e o governo finge não saber, é que os estudantes tem de enfrentar as condições climáticas dentro de sala de aula. Se voce estuda em escola pública, deve saber do que estou falando, imagine 30° C de temperatura dentro de uma sala de aula com 35 estudantes, ou imagine um frio de 8° C num dia de chuva, a dificuldade de se concentrar nos estudos.
Tudo isso porque as salas de aula não estão equipadas com arcondicionado, a maioria possui apenas ventiladores que mal funcionam.“No verão os ventiladores não dão conta de resolver o problema do calor e no inverno não servem pra nada!” diz Sabrina Galdino, estudante da escola estadual Dr. Tufi Dippe.
O aparelho de arcondicionado é uma reivindicação real e justa, não é pedir muito, afinal pagamos tantos impostos!.
Apesar dos problemas enfrentados pelos estudantes, o governo não toma nehuma providência. O que fica claro, é que precisamos nos organizar para cobrar do governo o nosso direito, é a única maneira de garantir o nosso deireito a uma educação pública gratuita e de qualidade.
Diretoria do Grémio Estudantil Tufi Dippe.
No dia 20 de abril de 2010 ocorreu um ato “diferente” pela quadra de esportes na Escola de Ensino Básico João Rocha, os estudantes jogaram futebol e vôlei com materiais de proteção para evitar acidentes devido às péssimas condições da quadra. O ato foi organizado pelo Grêmio Estudantil J.R que vem organizando várias lutas dos estudantes de sua escola e se organizando juntamente com a União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas - Ujes.
Para a presidente do Grêmio, Juliana Marymom, essa é uma forma mais criativa de organizar uma manifestação, porém esse é só o início da luta e formas mais comuns de atos ocorrerão. “Estudo nessa escola há oito anos e nada foi feito além de uma reforma que aconteceu no último período eleitoral. Esse ato serviu para marcar o início dessa luta e vamos cobrar do governo juntamente com a Ujes e outras escolas da cidade. Não podemos aceitar esse descaso com a educação pública.”
Imprevisto
No período noturno os estudantes colocaram velas ao redor da quadra e jogaram com lanternas e luzes diversas. “Nós não temos uma quadra coberta, o que impede de jogar nos dias de chuva e à noite nenhum estudante pode jogar futebol, vôlei ou basquete porque não temos iluminação”, relata Juliana.
O ato ocorria normalmente até o momento em que o estudante Nome se acidentou e quebrou o braço. Iago Paqui, diretor da Ujes, participava da manifestação e explicou que acidentes acontecem, mas podem ser evitados e o fato ocorrido no jogo é um exemplo: “Precisaríamos manifestar nossa indignação se houvesse uma quadra decente, coberta e com iluminação?”.
Juliana completou com o poema, de Bertold Brecht, que diz que “Do rio que tudo arrasta se diz que é violento, mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem”.
Bandeira de Luta
O Grêmio estudantil J.R. vai continuar as mobilizações pela quadra de sua escola e entende a importância de se organizar em conjunto com a Ujes na defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Essa é a principal bandeira de luta da entidade nesse ano e vem agregando estudantes de toda a cidade. “A juventude precisa perceber que este não é um fato isolado da Escola João Rocha, pois na verdade é somente o reflexo do descaso com a educação pública no Brasil. Só conseguiremos vencer esse combate nos organizando em nossas entidades e lutando por nossos direitos”, completou Iago.
Desde o final do século passado uma “polêmica” foi implantada no movimento estudantil e na classe trabalhadora (em especial nas lutas ligadas ao ensino público): trata-se da afirmativa “educação não é mercadoria”. Mas se a educação passa pelo processo de compra e venda da força de trabalho ela só pode ser uma mercadoria!
O que é mercadoria? Karl Marx explica em O Capital que uma mercadoria é “um objeto, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie”; essa qualidade de satisfazer necessidades humanas dá à mercadoria o seu “valor de uso” – utilidade da mercadoria às pessoas.
Marx ainda explica que para uma “coisa” ser mercadoria ela precisa também ter um valor de troca, que é seu valor propriamente dito, dando-lhe as condições de ser trocada no mercado por outra mercadoria de mesmo valor. Se uma “coisa” tem valor de uso, valor de troca, e passa
pelo processo de compra e venda no mercado, é uma mercadoria.
A valorização do capital (processo no qual o capitalista investe na produção e ao final multiplica o capital investido) só se realiza com a existência do mercado. Aqui temos uma das raízes da confusão: muitos companheiros concluem que o que se passa na esfera do privado é mercadoria, mas na esfera do setor público não. Errado!
O mercado inclui o setor privado, o público e o Estado. Se uma coisa é estatal não quer dizer que ela está fora do mercado. O mercado existe e nele se realiza o capitalismo, e o Estado é parte disso, aliás, é o Comitê Central dos negócios da burguesia.
No trabalho exercido pelo professor, sua mão de obra possui um valor de uso: o conhecimento em determinada área é ensinado ao aluno porque é útil ao aluno. Ele também possui um valor de troca: para poder ensinar o seu conhecimento o professor precisa continuar vivo, para tanto ele troca sua mão-de-obra (neste caso o ato de ensinar e repassar conhecimento) por um determinado valor que o possibilite satisfazer suas necessidades básicas (vestimentas, alimentos, etc.). Por fim, o professor participa do mercado vendendo a única mercadoria que ele tem para vender, sua
força de trabalho. E isso ocorre tanto com o professor da rede privada quanto com o da rede pública.
Outros companheiros tentam justificar que a educação não é mercadoria pelo fato dela não gerar mais-valia, sendo um trabalho improdutivo (que não gera valor). Mas o trabalho exercido pelo professor é um trabalho produtivo que gera um produto essencial: o trabalhador qualificado, que tem mais valor no mercado que o trabalhador sem qualificação. Sem o trabalhador qualificado o processo de produção capitalista, não funcionaria: o operário que produz uma peça não poderia fazê-lo sem que tivesse aprendido com os professores.
A principal diferença entre a natureza do ensino público e o privado (abstraindo os interesses ideológicos e econômicos) é sobre quem paga o salário: Na rede privada quem paga é o patrão, através do dinheiro das mensalidades, e na rede pública quem paga é o Estado, através de impostos arrecadados. No entanto, para os trabalhadores é melhor a educação pública que a educação privada.
No sistema público toda a classe trabalhadora pode lutar para jogar essa despesa (necessária à sua própria reprodução) nas costas do patrão, enquanto que no sistema privado é o trabalhador, individualmente, que tem que arcar com os custos da educação dos seus filhos. Ao contrário, na educação pública os custos são gerais de toda a sociedade, entrando aí a discussão de como se arrecada os impostos, sobre quem paga mais e quem deve pagar, os patrões ou os trabalhadores.
O Estado organiza a escola não porque ele quer educar os operários para um futuro brilhante e radiante, mas para ensinar o operário a produzir como a burguesia precisa. Desse modo, a educação vai ser componente de futuras mercadorias, e essencial para a própria reprodução do ciclo da produção.
Um trabalhador com diferentes níveis de educação, com o domínio de certas técnicas, vai incorporar e transferir parte de seu conhecimento na produção de uma mercadoria mais elaborada. A educação recebida na escola, de forma indireta vai se incorporar, mais à frente, em mercadorias. Nesse sentido pode-se dizer que a educação participa do trabalho produtivo. A educação quando concretizada na produção cria mercadoria e gera lucro. Quando um operário produz uma peça, ele está vendendo a sua capacidade de produzir alguma coisa, está vendendo o que ele sabe e aprendeu a fazer na escola, desde o ensino primário, passando pelo secundário até o curso especializado, seja técnico ou universitário.
No capitalismo a educação é organizada para centralmente formar a mão de obra para o mercado de trabalho e não para ensinar aos trabalhadores os conhecimentos adquiridos pela humanidade.
A nossa luta deve ser por um novo sistema, o socialismo, aonde a educação sirva para satisfazer as necessidades humanas e não simplesmente produzir mão de obra mais qualificada (coisa que ela continuará a produzir). A frase “educação não é mercadoria” pode levar à idéia de que a educação não deve ser negociada, pois não é mercadoria, quando na verdade ela é permanentemente negociada na luta de classes, entre os professores e os estudantes com os patrões ou o Estado.
A palavra de ordem ‘mais educação e menos mercadoria’ traduz de forma mais concreta o combate dos professores e estudantes na luta de classes e carrega a idéia de que é necessário superar o mercado, através da implantação do socialismo.
Não se assuste com o título deste post. Sim, a intenção dele (do título, não do post) é hiperbólica em relação ao assunto que aqui trato. Que são, naturalmente, rifas. Mas não necessariamente obrigatórias como o título indica, por mais que, indiretamente, possam ser. Continue lendo para entender. Nossa escola recebe com relativa frequência visitas de “escolas profissionalizantes”, entidades que cobram por cursos, de informática, idiomas ou secretariado, por exemplo. Escolas essas que visam “instruir os alunos a estudar em suas entidades”, ou seja, fazer propaganda. Mas isso claro, não ocorre exatamente “de graça”. As três últimas “escolas profissionalizantes” a anunciar em nossa escola tiveram que dar “brindes” à ela. Os quais foram um micro-ondas (maldita reforma ortográfica!), um DVD player e um MP4 Player. O micro-ondas e, principalmente, o DVD Player poderiam ser bastante úteis para uso da própria escola. O MP4 Player nem tanto. Não obstante, todos os “brindes” tiveram (ou melhor, ao momento da publicação deste post, ainda terão) o mesmo destino. Sorteio, através de uma rifa. Não cabe discutir aqui a finalidade dos produtos que a escola “ganhou”. O vedadeiro problema não é esse. E é aí que chegamos ao real assunto deste post: a forma como o sorteio, ou melhor, a venda de números para tal, é feita. É por uma rifa (acho que isto já estava claro, mas não vejo problema em reforçar). A qual seria uma rifa comum, não fosse um mero detalhe: Fora entregue, ao menos em minha sala, para todos os alunos presentes naquele momento. Sem qualquer pergunta do tipo “Você vende?” a cada aluno. Simplesmente chamando-os e entregando uma cartela, numerada conforme a chamada. Isso não seria um problema não fosse o fato que existem pessoas que não vendemrifas. Eu incluso. Em outra sala, encotrei relatos de supostas, digamos, “chantagens” para com os poucos alunos que resistiram à rifa. Coisas como “Não vende, não poderá usar o telefone da escola caso necessário”, e afins. E tudo isso é um absurdo. Afinal, já entrando em uma questão um pouco mais complexa, existem impostos, pagos por nós e/ou nossos pais, os quais servem para, dentre outras coisas, a manutenção de escolas públicas. Se o Governo não os repassa corretamente à nossa escola, o que deveríamos fazer é pressioná-lo, não tentar arrecadar dinheiro por conta própria. Por outro lado, é um tanto complicado fazer esse tipo de pressão e, principalmente, ser ouvido, de forma que muitos podem achar que arrecadações através de rifas acabe sendo a única opção. Única opção essa que acaba por afastar mais ainda o Governo, de qualquer forma. Mas o problema não está na rifa propriamente dita (que isso fique bem claro). O problema é mais embaixo, está na forma como a rifa é vendida. Existem pessoas que não vêem problemas em colaborar com a escola vendendo e/ou comprando números. Mas é importante saber que estas não são todas as pessoas. E isso é diferente do que a Direção da escola aparentemente pensa, que todos compram e vendem rifas. Ao perceber que não é bem assim, acabou tendo que “chantagear”. E isso não é certo, evidentemente, por, pelo menos, os motivos já citados. E a indução da rifa traz ainda diversos outros problemas, especialmente frutos de más intenções: Primeiro, é quase perfeitamente possível alguém vender a rifa e não entregá-la acusando perda. Mas este é um problema conhecido, e, ao que parece, alunos que “perderem” suas cartelas têm de pagá-la, comprando seus números. Evita prejuízo à escola, mas não aos verdadeiros compradores, caso existam (e existe esta possibilidade). Segundo, e mais grave, muito mais grave: as cartelas, tais como foram feitas, são reproduzíveis. É muito fácil para qualquer um com conhecimentos em edição de imagens (com medição de tamanho em DPI), um scanner e uma impressora decentes, folhas A4 comuns (e um bocado de falta de caráter, é verdade), produzir cópias da própria cartela, alterar a numeração e vendê-las, deixando a original, possivelmente, em branco. Tudo isto mostra que rifas devem, além de ser oferecidas para venda apenas aos realmente interessados (e não à todos), ter uso de, pelo menos, papel diferenciado em suas cartelas. O que não ocorre em nenhuma das rifas que nunca vendi. Por Luis Alfredo da Silva, diretor vespertino do Grêmio Estudantil J.R. Fonte: Grêmio Estudantil João Rocha