Desde o início da campanha, foi realizado um bombardeio de "denúncias", as quais, em grande parte, recaem sobre a responsabilidade dos professores. A campanha tem o apoio governamental e já encontrou o responsável por todos os problemas: o professor.
Lamentável, mas compreensível, que na campanha não existam denúncias diárias sobre os descasos dos governos estaduais dos dois Estados (Santa Catarina e Rio Grande do Sul), tendo em vista quem são os organizadores. O Grupo RBS não denuncia o descumprimento de leis elementares: Piso Nacional do Magistério, fechamento de turmas, precarização total dos prédios públicos, abandono do investimento na construção de novas escolas, transferência de recursos e prédios públicos para iniciativa privada, além de desvios absurdos de recursos destinados à educação pública.
Estamos diante de uma investida dos meios de comunicação contra a Educação Pública, numa tentativa de privatizá-la de formas diversas, de modo que a opinião pública se sensibilize e apóie essa empreitada. Não é à toa que já foi lançado o edital de captação de recursos da campanha "A educação precisa de respostas", cujo objetivo é que a população apresente projetos de arrecadação financeira para manter as escolas públicas. Ou seja, "encontrar" outras formas de sustentar a educação, desresponsabilizando os governos e permitindo que todos os nossos impostos sejam destinados a outros fins, que não a educação de nossas crianças e jovens.
A Educação Pública é direito de todos e dever do Estado, logo é patrimônio de todos. Não a entregaremos a iniciativa privada, não sem luta e mobilização. Investimento público para a Educação Pública.
Clarice Erhardt
Professora da Rede Estadual de Educação de SC
Professora da Rede Municipal de Educação de Joinville
Coordenadora Regional – Sinte Joinville
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