O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) anunciou que o governo gastou entre 2000 e 2007, cerca de R$ 1, 268 trilhão, em juros da dívida pública. Enquanto o investimento em educação e saúde, no mesmo período, foi de apenas 43,8%. Os gastos com a dívida pública chegam a 8,5 vezes mais, que o investido em educação. Segundo o IPEA, esses gastos são: "improdutivo, pois não gera emprego e tampouco contribui para ampliar o rendimento dos trabalhadores.

Isto mostra claramente que nós estudantes somos ignorados e tratados como “gastos improdutivos” pelo sistema capitalista, isto gera uma série de problemas que enfrentamos em nosso dia a dia, como, interdição nas escolas, falta de infra-estrutura para estudarmos, desvalorização de professores, falta de transporte para chegar à escola, e um futuro incerto, precarizando cada vez mais a educação de milhões de estudantes brasileiros.

Todos estes fatos nos parecem bem atuais, mas são lutas históricas dos brasileiros, dos mais diversos cantos do país, que nos mais diversos momentos da história viram o sistema capitalista dando o dinheiro que poderia estar sendo aplicado para a educação pública indo para os banqueiros e grandes empresários, na ditadura podemos citar os bravos estudantes que mesmo sobre toda a repressão e censura do estado ditatorial que proibia a organização e mobilização dos estudantes eles sim se mobilizaram e organizaram a luta pelos seus direitos, direitos a livre expressão, livre organização, pela universalização do ensino entre tantas outras lutas pela educação e direitos, e graças a estes e outros tantos bravos brasileiros hoje temos direitos conquistados.

Entretanto isto não quer dizer que eles não possam ser retirados de nós, a todo o momento são realizados atentados contra a educação pública e nossos direitos, já que ela não dá lucro aos cofres públicos, o mesmo sistema que retira os direitos da população, que priva o jovem do conhecimento, que nos períodos de crise explora ainda mais o trabalhador é o mesmo que alivia para os patrões e diz que ‘todos devem pagar pela crise’(crise que o próprio capitalismo criou e que nada tem a ver com os trabalhadores), mas nos momentos bons dos negócios não dividem os lucros com os trabalhadores.

A única saída para lutar por direitos e fazer valer os conquistados a tanto suor e trabalho é nos organizarmos, o único modo de garantir nossos direitos e obter as necessidades da classe trabalhadora é estar organizados e mobilizados, os trabalhadores em seus sindicatos e os estudantes também, nos grêmios estudantis, que são também sindicatos dos estudantes, que organizam e mobilizam os jovens pelos nossos direitos, assim sendo, nos organizemos em nossos sindicatos, em nossos grêmios estudantis.


Johannes Halter

Membro do Grêmio Estudantil, Sindicato dos Estudantes



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Hoje me dei conta de como é difícil lutar, mesmo que a luta fosse para o bem comum...
Há restos de idéias jogadas ao vento e catadas por alguns pensadores sobre uma possível revolução que iria nos livrar desse sistema opressor.
Eu estou no segundo ano do ensino médio e hoje (03/08) a aula de geografia foi sobre Capitalismo × Socialismo. Confesso que a maioria dos alunos não estava concentrado na aula, _ falar sobre as férias era mais interessante.
Houve dois meninos que se destacaram argumentando o assunto; um, pelo fato do sistema capitalista ser mantido há anos mesmo com as pessoas sabendo da desigualdade e do egoísmo que esse sistema alimenta no ser humano; e o outro, indignado com a falta de estrutura que o sistema sócio econômico nos apresenta e a injustiça que há na sociedade.
Pensei enquanto discutiam o assunto que a culpa sobre todos os males sofridos pelo povo só são contínuos porque o povo não se organiza para que isso acabe. Que, se toda a vez que houver os problemas sociais e as pessoas se omitirem e se acomodarem, vai ser ai que perderemos a dignidade e seremos dominados.
Eu compreendi a indignação do meu colega, é real a existência da exploração, da fome, da falta de estrutura na escola, e de muitos venderem seu trabalho e ganharem tão pouco.
Não consigo concordar com uma sociedade onde poucos tenham tanto e muitos terem tão pouco, alguns quase nada...
Torno a repetir a frase de Edmund Burke:

“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada.”

Espero que essa nova geração venha com sede de justiça, preparado para mudar e para fazer a diferença no mundo.
As novas idéias e talvez até a revolução vem por um indignado que convence mais um e mais um e mais um... Ganhando uma sociedade disposta a mudar seu sistema para melhor, mas ainda assim queremos todos, o bem de todos... Pelo amor a nação, a pátria,e a justiça....



Juliana Marimon Soveral – Presidente do Grêmio Estudantil J.R. e diretora de imprensa da União Joinvilense de Estudantes Secundaristas.