*Texto do blog http://www.juventudemarxista.com/

O movimento estudantil é um dos movimentos sociais que tem como tarefa principal a luta pela educação, desde o ensino primário até o superior. Esse movimento vem aparecendo e se destacando cada vez mais ao decorrer dos séculos, desde a invasão francesa na costa do Rio de Janeiro (1710), passando pelos “Caras Pintadas” (1992), jornadas de junho (2013), até os dias de hoje. Em quase toda sua existência, o movimento estudantil sofreu todo tipo de repressão, tendo dificuldades de reivindicar até seus direitos mais básicos (estrutura, acessibilidade, material, etc). Com toda essa repressão do movimento, eis que surge o grêmio estudantil, uma entidade que funciona como um sindicato dos estudantes para organizá-los na luta por seus direitos.

Na história brasileira passamos por décadas de ditaduras, seja pelas mãos de Getúlio Vargas ou pelas Forças Armadas, e elas foram responsáveis pela censura, afastamento, proibição, perseguição e todo tipo de arbitrariedade aos estudantes que formavam unidade e lutavam contra a tirania desses governos. Tivemos grandes organizações responsáveis pelo fim dessas ditaduras da extrema-direita, estudantes que derramaram seu sangue para lutar pela democracia e por uma sociedade socialista, mas se engana quem pensa que mesmo hoje, com um governo dito dos trabalhadores e democrático, os estudantes e sua organização de luta, personificada, principalmente, nos grêmios estudantis, não têm dificuldades e são feridos pelas garras do capitalismo, que tenta de qualquer forma acabar com tais organizações.

Atualmente o descaso do governo com a educação pública cresce cada vez mais, escolas caem aos pedaços, professores são mal remunerados e o ensino é privatizado. Atitude que favorece diretamente ao sistema capitalista, o que o governo faz hoje, é dar desculpas e mais desculpas frente aos problemas e chega ao ponto de entregar a escola para uma instituição privada, tirando um dos direitos básico de muitos, educação pública, pois nem todos podem pagar para estudar. Mesmo com esses ataques, ainda existem entidades que lutam pelos direitos dos estudantes, e essas não devem se deixar levar pelo sistema, essas devem continuar a lutar, a convencer e a organizar os estudantes na luta por uma educação pública, gratuita e para todos.

Vivemos um tempo em que os estudantes estão em busca incessante por informações sobre seus direitos na sociedade, onde buscam ter liberdade de pensamento, cultura, novas experiências e com posicionamentos, por isso, organizações revolucionárias, como somos, devem, mais do que nunca, estarem próximas das escolas para chamar a atenção desses que buscam algo novo à luta de classes, que só será conquistado através de uma revolução socialista, uma sociedade igualitária, livre e com educação pública, gratuita de qualidade e para todos. A importância dos grêmios passa por isso, por ser um instrumento daqueles que protestam e mostram a precariedade do ensino dado.

Formemos os nossos grêmios, pelas mãos dos estudantes, para que seja nossa representatividade e não mais um esquema de apoio aos governos e aos exploradores, mas sim uma plataforma de luta por uma sociedade socialista!



Francisco Aviz e Mateus Wachter dos Santos
Diretores da Ujes