Você pode ver o arquivo completo de fotos da UJES no nosso ORKUT: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=15393362638970567483



No dia 22 de fevereiro de 2011, estudantes do colégio Pedro II, com apoio dos professores, reivindicaram a climatização das salas de aulas.  Segundo os manifestantes, os bebedouros não têm água de qualidade enquanto algumas salas têm ventiladores muito barulhentos, o que atrapalha o aprendizado dos alunos e o trabalho dos professores.

Há outros problemas paralelos a esse, como a falta de cantina e problemas com o passe-livre nos transportes públicos. Além disso, os alunos solicitaram a retirada do nome do pavilhão administrativo do colégio, que homenageia o almirante Augusto Rademaker, ex-integrante da junta militar e eleito vice-presidente na chapa encabeçada pelo general Emílio Médici.

Diante de tantos desagrados, alunos e professores foram às ruas exigindo uma postura da direção geral do Colégio. Pois com termômetros atingindo 41ºC nas salas de aula, não havia condição de os alunos aprenderem e, tampouco, de os professores ensinarem algo. Em cima de um palanque, João Pedro, presidente do Grêmio CPII São Cristóvão III, com o apoio de alunos de todas as unidades, reclamou das más condições de aula, vestindo – assim como outros alunos – roupas de banho, bóias e óculos de nado, além do uniforme.  

Pode parecer arrogância o pedido de ares-condicionados, porque estudantes de outros colégios públicos e até mesmo dos particulares nem sempre têm ar-condicionado nas salas. Mas tal pedido é baseado no fato de o Colégio Pedro II ter recebido verbas para a compra desses equipamentos. Segundo o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) foi realizada a compra de 28 aparelhos e a instituição os adquiriu em duas compras separadas por R$ 105.142. Dez deles custaram R$ 46.247, no dia 1º de setembro, e outros 18 saíram por R$ 58.895, em 29 de novembro. Antes, a direção da escola adquiriu 60 ventiladores de parede por R$ 5.752. A compra foi feita no dia 20 de maio e se destinava à unidade São Cristóvão.

Quadrinhos (mangá) e um anime com uma ideia original - o poder de matar e a tentativa de um adolescente de mudar o mundo com este poder. Uma análise marxista desta historia com um alto poder de atração.
 
“As idéias da classe dominante são, em todas as épocas, as idéias dominantes.”
(Karl Marx e Friedrich Engels, A ideologia alemã)

Death Note (“Caderno da Morte”) é um anime (desenho animado japonês) que conta a história de um caderno com o poder de matar. Basta o possuidor escrever o nome da vítima e ter em mente o seu rosto. Feito isso, depois de alguns minutos a pessoa em que se pensou está morta.

A trama começa com um jovem estudante chamado Raito (O nome correto é Light - Luz, do inglês - entretanto, em razão das peculiaridades do idioma japonês, a pronúncia é Raito) que encontra o caderno no chão. Ao descobrir seu poder, ele resolve usá-lo em favor da “justiça”, o que ele pensa ser justiça, pois está revoltado com o aumento da violência em seu país.

Em posse do caderno, a idéia é matar todos os criminosos. Mata todos que infringem a lei, do ladrão de galinha ao engravatado.

“Todos os criminosos devem morrer para ser feita a justiça”.

Essa é uma idéia muito comum e pode agradar muitos jovens. Num primeiro momento pode se pensar: “Os bandidos estão livres para fazer o que quiserem. Alguns tiros não fariam mal. A pena de morte pode funcionar. O exército na rua, como hoje acontece no Rio de Janeiro, também pode ajudar a terminar com o crime.”

Isso é o que a burguesia (grandes empresários e latifundiários) quer que pensemos. Que não existe saída para o combate ao crime que não seja por meio repressivo.

Mas por que ela quer que pensemos isso?

Porque a origem do crime está na desigualdade social e na ideologia do sistema capitalista.

Vivemos em uma sociedade capitalista, em que uma pequeníssima parcela da população, a burguesia, domina e explora a grande maioria. Enquanto eles têm bilhões, casas luxuosas e as melhores escolas, os trabalhadores nem casa possuem e vivem muitas vezes em condições desumanas.

A propaganda capitalista tenta convencer os trabalhadores de que é preciso trabalhar mais e mais, consumir mais e mais e que todo mundo pode ser rico. Mostram seu padrão de vida como “modelo ideal” de felicidade.

O que não mostram é que esse modelo é impossível de ser atingido por grande parte da população.

O capitalismo está fundado na exploração. Para que uma minoria de burgueses viva no paraíso condena-se grande parte da população à barbárie. Nesse sistema é preciso explorar o trabalho de muitos para sustentar os privilégios de poucos.

Tudo que interessa à burguesia é manter o seu domínio, assim o Estado, o governo, as leis, a polícia e o Exército, que existem sob o pretexto de representar o povo, na verdade não fazem nada a não ser servir a essa classe dominante.

Como afirmava Friedrich Engels “O estado é nada mais que uma máquina para a opressão de uma classe por outra...” – (A Guerra Civil na França).

Raito dá um bom exemplo disso. Quando durante o anime, tanto a polícia como outras pessoas o confrontam ele não resiste em matá-las. Afinal para Raito,assim como para a burguesia, desobediência também é crime.


“L” e o Estado burguês

O fato de Raito agir como um justiceiro, matando os criminosos e desrespeitando as autoridades dos Estados e governos, leva os líderes mundiais a tomar uma atitude. Então, eles resolvem pedir ajuda do melhor detetive do mundo. Ele nunca foi visto e ninguém sabe o seu nome verdadeiro. Todos apenas o conhecem por “L”.

Ele e Raito travam uma luta emocionante durante o anime. “L” tenta provar que Raito é Kira (como os japoneses dizem “Killer”, assassino, em inglês). Raito tenta descobrir a identidade de “L” para matá-lo, pois ele é uma barreira para seus planos.

É nesse momento em que os fãs dividem-se. Uns apóiam Raito, em sua “purificação do mundo”, outros “L” na luta contra Kira, o assassino que misteriosamente está matando os criminosos.

Indo além das brigas de torcidas, se analisarmos os ideais de Rayto e “L”, nós veremos que os dois não têm tanta diferença assim.

Os dois representam duas faces da mesma moeda. Duas frações da mesma burguesia.

“L”, diferente de Raito, têm algumas regras. Mas mesmo assim, ele não hesitou em torturar e burlar suas regras, para tentar capturar Raito. Em um episódio, um discípulo de “L” explica o seu método e deixa claro, sobre que princípios que ele age.

Segundo o discípulo, a forma mais rápida de evitar uma tragédia ainda maior, seria matar o suspeito: Raito. Assim as mortes iriam parar e estaria provado que Raito é Kira.

Entretanto, por maior que seja o desejo de matar Raito, o discípulo diz que não fará, pois esse não é o método de “L”.

Ou seja, Raito é um tipo de ditador: ele manda e desmanda. “L” é democrático, ele acredita na lei. Ele quer levar Raito ao júri para ser julgado e condenado, enquanto Raito, por sua vez, julga e sentencia à morte todas as suas vítimas.

Até podemos afirmar que “L” é mais democrata que Raito, mas nenhum dos dois vê a criminalidade como algo causado pelo meio social em que vivem. Para os dois combate-se o crime armando a polícia, matando e prendendo os criminosos.



O caderno nas mãos da burguesia

Em um dos episódios do anime, o caderno cai na mão de um grupo de empresários. Diferente de Raito, que deseja “purificar o mundo”, tudo que eles querem é ganhar dinheiro. Como todo burguês, eles desejam o fim da concorrência.

O caderno torna-se uma arma eficiente contra seus concorrentes. Matam os donos das empresas que os ameaçam, sem pena.

Ao passo que Raito usou o caderno para “purificar o mundo”, os empresários o utilizaram para manterem-se no poder e adquirir mais poder. Para tanto, eles mataram, um a um, todos os concorrentes.

Muitos amigos com quem conversei, dizem que ao ter o caderno, uma das coisas que fariam era matar os políticos e empresários. Isso não ia alterar o sistema. Durante a história, nossos algozes foram atacados e alguns mortos, como Alexandre II, da Rússia.

Isso não mudou o sistema, nem derrubou o império, ao contrário isso ajudou a monarquia a justificar a repressão.

É interessante essa parte do anime, pois mesmo com a morte de alguns empresários e até de parte dos que possuem o caderno, nada muda. Matar o maior empresário do mundo ou do Brasil, não poria um fim ao capitalismo.

São as massas organizadas que derrubam o sistema e revolucionam a sociedade, não pequenos grupos em ataques individuais que irão derrubar o capitalismo.

Nossos meios de luta contra o capital devem ser meios que envolvam as massas, que as fortaleçam que as eduquem na luta contra o capital.

Como afirma Trotsky: “Bons são os métodos e os meios que elevam a consciência de classe dos operários, sua confiança em suas próprias forças, sua disposição à abnegação e à luta” (Programa de Transição).


O Autor de Death Note e o fim da criminalidade

De acordo com os sites na internet, ninguém sabe ao certo quem é o criador de Death Note. Seu nome Tsugumi Ohba é um pseudônimo, que dizem ser de Hiroshi Gamou, autor da série de mangá Tottemo! Luckyman.

A verdade é que esse fato só contribui para afirmar que o homem é um produto de seu meio, assim como suas idéias. Afinal o autor criou “L” à sua imagem e semelhança. Não estou acusando o autor de um agente da burguesia, como afirmei em meu texto sobre a luta de classes e os heróis.

Os artistas são influenciados pela ideologia dominante como qualquer outro trabalhador ou político.

No anime, a idéia de solução para o crime é a repressão. O autor pode não estar de acordo com isso e simplesmente expor essa solução, por ser a única que conhece, o que pode ser ingenuidade ou, o mais provável, influência das idéias mais conhecidas.

Os marxistas propõem a revolução socialista, como a única forma de pôr um fim na exploração e na miséria. É por causa dessa exploração e miséria que se intensificam os roubos, mortes e assassinatos em nossa sociedade.

O crime surge no sistema capitalista como um atalho para a “felicidade da burguesia”, na parte mais miserável da população.

O capitalismo já não desenvolve mais a sociedade. Ele não traz o bem estar da população. Tudo que o capitalismo traz é a exploração, o desemprego e a guerra. Todos os meios são utilizados pelos burgueses para manterem-se no poder.

Não adianta colocarmos mais policiais nas ruas, construirmos mais cadeias e termos penas mais duras. O problema é o Sistema. Para pôr um fim à criminalidade é preciso derrubar esse Sistema.

Death Note tem alta qualidade. Os desenhos são muito bem feitos. Rico em detalhes, com clima sombrio e solitário. Não bastasse isso, possui uma ótima trilha sonora que interage com cada episódio e atitude dos personagens.

Como a maioria dos animes, ele é baseado em um mangá (história em quadrinhos japonesa) que é ilustrado por Takeshi Obata. O anime conta com 37 episódios, que no Brasil foram exibidos pelo canal de TV pago Cartoon Network, muito embora os fãs de anime prefiram baixá-lo da internet e assistir legendando.

João Diego Leite