Diretora da Ujes entrega pauta ao governador
Após a entrega do ofício ao Governador Raimundo Colombo (PSD) no dia 25 de junho a União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (Ujes) conseguiu para o dia 11 de julho uma reunião com o Governador do Estado e seus representantes, para discutir novamente a educação em Joinville e a pauta de reivindicações dos estudantes das escolas estaduais da cidade.


O encontro ocorreu, no Centro administrativo do governo estadual, em Florianópolis. Participaram da reunião as representantes da Ujes, Letícia Alice, estudante do Annes Gualberto, Stefany Rebello Aguiar, Presidente do Grêmio da então interditada Conselheiro Mafra e a Diretora de Imprensa da Ujes, Dayane de Oliveira Pacheco. Também estiveram presentes os vereadores e representantes da comissão de educação da CVJ (Camara de Vereadores de Joinville), Adilson Mariano (PT), Moacir Tomazi (PP) e Claudio Aragão (PMDB) além da Advogada Daiana Delamar Agostinho, do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Joinville (CMDCA). Representando o Governo do Estado estavam o Governador Raimundo Colombo, o Secretário de Estado da Educação, Eduardo Deschamps, a secretária de Desenvolvimento Regional, Simone Schramm e a Gerente da Educação da Região de Joinville, Dalila Leal.


Sobre as reivindicações, as respostas da reunião com Deschamps se reafirmaram, com algumas ressalvas. Sobre a questão da interferência das direções escolares no funcionamento das entidades estudantis, Deschamps deu um prazo de uma semana para que seja enviada uma orientação às direções, sobre a liberdade das entidades e a não interferência da entrada das mesmas nas escolas.

Um dos destaques foi a então decisão de federalização da centenária Conselheiro Mafra. Stefany R. Aguiar, estudante da instituição desde os anos iniciais, colocou em questão a posição dos estudantes e os problemas de fechar o colégio. “É uma escola central, e a maioria dos alunos de lá trabalham, não conseguem chegar aos bairros a tempo de estudar.” Stefany também comentou sobre o tombamento da escola, e sobre o espaço muito limitado para construir um Instituto Federal, pois conta geralmente com tecnologias que uma construção histórica não suportaria, pelo fato da obrigatoriedade de não modificação da estrutura.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Regional, Simone Schramm, foi estudada a localidade do novo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) com muita cautela, e o Conselheiro Mafra, tem a melhor localidade para a instalação do instituto. Deschamps afirmou que os alunos matriculados no colégio terminarão seus estudos ainda no Conselheiro Mafra.

Para a Ujes trazer um segundo Instituto Federal a Joinville é algo muito positivo, porém, o fechamento do Conselheiro Mafra é um grande transtorno aos alunos e professores. Há anos os estudantes vêm lutando para que sua escola centenária possa continuar na história de Joinville. Stefany, por exemplo, é a terceira geração da família a estudar no colégio. A comunidade não quer que aconteça com o Conselheiro, o mesmo que aconteceu com o Padre Carlos, escola infantil anexo ao Conselheiro Mafra. O grande problema do fechamento é como serão remanejados esses alunos, pois nenhum colégio perto suporta a quantidade de salas de aula. A construção de um novo colégio seria a verdadeira solução. Esses alunos não podem ser esquecidos. É preciso que o governo tome as devidas providencias para poupar os alunos desse transtorno.

Outra questão é a da situação da Escola Monsenhor Scarzello, que foi, recentemente doado a Ajorpeme, e a parceria com o Instituto Marista, que em breve, terá também uma escola para ajudar a gerenciar. Segundo o Vereador Adilson Mariano “é como a OS na educação. Entregar escolas para instituições privadas é como assinar uma declaração de incompetência.” Deschamps vê a intervenção da Marista como positivo, pois têm ajudado a melhorar socialmente o ambiente escolar e afirma que não é privatização, e sim uma parceria com o governo do Estado e as empresas acima citadas.

O vereador e os estudantes veem como um problema o governo repassar alguma escola estadual ao Instituto Marista.

Letícia Alice, aluna da então interditada Annes Gualberto falou sobre a situação precária da estrutura em que estão alojados provisoriamente. “Na minha sala estamos em 50 alunos na minha sala, além do mais, a estrutura não ter acessibilidade. Não há rampas e o elevador que existe está quebrado. Os alunos que precisavam de acessibilidade foram obrigados a procurar outros colégios.”

Deschamps fez uma visita aos colégios interditados, incluindo o Annes Gualberto. Diz que o que viu nos colégios de Joinville é equivalente a uma “catástrofe natural”. Como se tivesse passado algum tipo de tornado que devastou as escolas da cidade.

O secretário, depois de ver com os próprios olhos a situação do Annes, concordou que não há acessibilidade nem no colégio, nem no provisório. O Governo está estudando a possibilidade de construir uma nova escola no âmbito do colégio, pois é inviável a sua reforma, por sua desorganização, falando de estrutura. Mas, por enquanto, não há decisão por parte do governo.

Ainda sobre as escolas, Deschamps prevê a construção de 50 escolas no estado, sendo que quatro serão para Joinville. Os bairros contemplados serão o Parque Guarani e Vila Nova, já em fase de licitação e também o Espinheiros e Aventureiro, que aguardam autorização. O bairro Morro do Meio, por sua localidade, será atendido na escola da Vila Nova.

Na questão da fiação elétrica, a solução seria priorizar as quadras onde já está se fazendo a reforma geral. É previsto, que para refazer a fiação em todas as escolas de Joinvile será usado de 16 a 20 milhões. Segundo Dalila Leal será usado os recursos vindos do PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) para restaurar as fiações, nas escolas que obtiverem acordo com o uso para esse fim.

Sobre as quadras cobertas, há seis escolas na lista, que receberão as quadras com recursos do PAC 2 (Programa de Aceleração de Crescimento). A meta é que até 2014 em todas as escolas haja pelo menos uma quadra coberta.

Os diretores da Ujes divergiram da posição do governo Colombo sobre a hora Atividade e a lei do piso. Segundo o governador, “o salário dos professores é ridículo”, mas a lei está sendo respeitada. Outro ponto que diz respeito aos trabalhadores em educação é a realização de concurso público que segundo o governo, “não é viável a realização anual do concurso para o quadro”.

Para as lideranças da Ujes, salários dignos e condições de trabalho aos professores é a garantia de qualidade, na educação. Eles também acreditam que é preciso mais concursos públicos para professores, pois isso daria mais estabilidade aos trabalhadores da educação.

Daiana Delamar (CMDCA) propôs um plano de ação, de pequeno, médio e longo prazo, para que a população possa fiscalizar com mais facilidade as ações na educação, além de um planejamento mais detalhado dos prazos e prioridades do Governo do estado quanto a educação. O Plano de Ação será feito, com o prazo de 30 dias. Esse planejamento será entregue em uma próxima reunião com as entidades presentes.

Segundo avaliação da Ujes, obtivemos avanço, principalmente na questão da interferência das direções escolares. Porém, estamos lutando por muito mais. Nossas reivindicações serão somente alcançadas com muita luta e mobilização.

“Os alunos não aguentam mais tanto descaso. É hora de nos mobilizarmos, para termos por concreto, ações do governo.”, afirma Dayane de Oliveira, sobre o motivo do próximo ato da Ujes.

Dia 17/7 (quarta-feira), as 9h30 estaremos todos na Praça da Bandeira, por serviços públicos de qualidade para todos.

Convocamos todos os estudantes a participarem com a gente, pela educação. Indignem-se, mobilizem-se na sua escola. Vamos às ruas, pois é na rua que somos realmente ouvidos e atendidos!

Imprensa Ujes 

1 Response so far.

  1. Se não estou enganado, me parece que ficou acertado também que o governo do Estado realizará reunião em Joinville em 30 dias para dar maiores detalhes sobre as reivindicações não respondidas. É isso ou estou enganado?

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