Estudantes ocupam a Praça Nereu Ramos
Mais de mil estudantes reuniram-se, no Centro de Joinville, na manhã de sexta-feira (11/05) para protestar contra a destruição da escola pública promovida pelo governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD). A manifestação foi convocada pela União Joinvilense dos Estudantes Secundaristas (Ujes), grêmios estudantis e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte-Joinville). 

Participaram estudantes das escolas estaduais Annes Gualberto, Tufi Dippe, Jorge Lacerda, Paulo Medeiros, Celso Ramos, Conselheiro Mafra, Presidente Médici, Germano Timm, Oswaldo Aranha, Gertrudes Benta Costa e João Colin. Todos foram caminhando até a Praça Dário Salles, onde ocorreu o ato. Alguns alunos andaram cerca de uma hora e tiveram que enfrentar pressões das direções das escolas, pois foram ameaçados com faltas ou provas.

Segundo o presidente da Ujes, Luiz Neto, o ato unificou as reivindicações dos secundaristas joinvilenses. “Há 10 anos o governo não constrói uma escola na cidade, são oito escolas interditadas, três fechadas e agora ele quer amontoar os estudantes com o fechamento de turmas”. Para o líder estudantil, a luta dos alunos está apenas começando.

Já o também membro da Ujes, Iago Paqui, estudante do Celso Ramos, critica a ação das direções das escolas. Segundo ele, os grêmios estudantis e a Ujes enfrentaram a ditadura para conquistar a liberdade de organização e não é agora que eles irão perdê-la. “Nossas entidades estudantis são independentes e livres, são os estudantes quem decidem o que faremos, não as direções das escolas”. Iago afirma que a Ujes seguirá lutando pela liberdade dos grêmios estudantis. 

Estudante Dayane Oliveira fala sobre a importância dos Grêmios estudantis
Além do Sinte, outros dois sindicatos apoiaram os secundaristas. O Sindicato dos Servidores públicos de Joinville (Sinsej) e o Sindicato dos Trabalhadores em Instituições de Ensino Particular e Fundações Educacionais do Norte de Santa Catarina (Sinpronorte). O presidente do Sinsej, Ulrich Beathalter disse: “parabéns aos milhares de alunos que fizeram bonito pelas ruas da cidade. Seu exemplo nos encoraja e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo”.

O vereador Adilson Mariano da Esquerda Marxista também participou da manifestação. Ele parabenizou os estudantes e lembrou a importância da organização. “Só temos esse número de pessoas aqui porque houve mobilização da Ujes, dos grêmios estudantis junto com o Sinte”. Segundo Mariano é preciso intensificar e ampliar o movimento, “mas para isso precisamos organizar grêmios em todas as escolas”.

Os DCEs do IELUSC e da UNIVILLE e o DANMA da UDESC também apoiaram os estudantes, na organização e mobilização do protesto. Johannes Halter presidente do DCE do Ielusc disse que o caminho que os estudantes estavam tomando estava correto, “é preciso tomar às ruas e ir para cima do governo”. 

Luta será ampliada

Stefany fala na assembleia feita na Praça Dário Salles
Após reunirem mais de mil estudantes, os grêmios estudantis e a Ujes organizaram passeata pelo Centro da cidade e foram até a Praça Nereu Ramos, onde fizeram uma assembleia. A reunião aprovou a continuidade da luta e decidiu organizar uma caravana a Florianópolis, no dia 30 de junho, no qual os alunos irão tentar conseguir uma audiência com o governador e pressioná-lo para resolver os problemas na educação. Eles também irão fazer um chamado às entidades secundaristas de outras cidades do Estado, como São Bento do Sul e Florianópolis. 

Duas cartas foram tiradas na assembleia. A primeira delas é direcionada ao governador solicitando uma audiência. A segunda, é direcionada ao Ministro da Educação Aloísio Mercadante (PT). A carta pede a Mercadante que olhe pela educação catarinense. “Solicitamos ao Senhor, como autoridade máxima da educação no País, que interceda junto ao governo estadual para que atitudes drásticas e urgentes sejam tomadas para a solução dos problemas das escolas joinvilenses”, diz a carta.

A Ujes e os grêmios irão entregar essa carta para o governador, em uma nova manifestação, na quarta-feira (15/05), às 15 horas, em frente à Secretaria de Desenvolvimento Regional do Estado. Após a entrega da carta eles pretendem ir à prefeitura e a Câmara de Vereadores de Joinville solicitar que os parlamentares e o prefeito Udo Döhler (PMDB) também intercedam na situação.

Em panfleto entregue no ato de sexta, a Ujes afirmava que a primeira autoridade de Joinville, o prefeito, também possui responsabilidade sobre a situação, “não bastam avenidas, asfaltamento e pontes se não temos educação”. Na CVJ as lideranças estudantis pretendem também pedir a palavra para discutir os problemas da educação e a organização dos grêmios estudantis.

A diretora de comunicação da Ujes, Dayane Oliveira, disse: “gostaríamos de solicitar aos vereadores para que discutam com as diretoras de escolas, indicadas pelos seus partidos, não nos impedissem de exercer nossa cidadania e nem nos ameaçassem”.

Próximas manifestações:

Quarta-feira (15/05), às 15 horas. Início na Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), depois passeata até a Câmara de Vereadores de Joinville.

03 de Junho ida a Florianópolis tentar audiência com o governador.
Dia de 6 de junho, audiência pública na Câmara de Vereadores de Joinville (CVJ).

João Diego Leite- é Militante da Juventude Marxista (JM) ex-presidente da Ujes e atual diretor do Diretório Central dos Estudantes do Ielusc.


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